terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Sal e Areia
Grânulos por gránulos vou me esparramar
fugir da rotina monástica dos uniformes
dos exageros de consumo e de usura,
quero isso fora de minha mochila!
Vou viver a sorte e conhecer a vida
Arrancar de mim os limites humanos
Descansar intrigado com verdade empírica
Salário é sal sob meus pés
Coletando histórias minimalistas
preservando cousas que são esquecidas
Vou sentir na pele intempéries extremas
e cada por de sol terá beleza lírica
Ao reparar que somos ínfimos grânulos
Sou o que foi lançado longe ao vento
Circulei amplos delineados movimentos
E nunca mais ousei pousar como poeira!
***
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Sheol da verdade
Fui assassinado pela verdade
Homicida foi dono da mentira
Escarnecido, veio à tona
em rubra escarlate cólera
Resta a ele, vida e culpa
Resta-me condolências à fria morte
"Era bom e verdadeiro!" irão dizer
Por mais que seja não pôde salvar-me
Que fazer então?
Viver amarga solidão e dor da perda?
Morrer às duras penas da verdade?
Não se pode prever o resultado
No final todos acabam machucados
Mas a "verdade", acaba de matar-me
Pensei em salvar-me matando a verdade
Enterra-la em cova com profundidade
Lacra-la em um sarcófago
Sela-lo com maldições
Mas não há no mundo espaço
pra enterrar toda verdade
Então volto ao meu sepulcro
Mais fácil sumir meu corpo
Que enterrar minha verdade!
***
Assinar:
Postagens (Atom)